Viajar é ginástica mental!
Comunicar-se numa outra língua, entender um novo sistema de transporte, escolher o que comer num menu completamente não familiar, andar por ruas que não conhece, pagar ou receber troco em moedinhas esquisitas, tudo isso deve deixar o cérebro a mil... nossos neurônios devem realizar milhões de sinapses ao mesmo tempo, numa tentativa louca do cérebro de se acostumar com tanta coisa estranha, diferente... É por isso que eu penso que viajar é um excelente exercício pra o cérebro.
Quanto mais estranho o lugar, quanto mais diferente da sua rotina doméstica, mais esperto você tem que ficar, e mais você exercita a sua capacidade de deduzir, de compensar o que não sabe, de tirar conclusões em cima de situações completamente ambíguas. A ambigüidade de uma cultura estrangeira (e não falo só de outro país, pode haver uma cultura ‘estrangeira’ a duas horas de viagem da sua cidade natal...) lhe força a pensar, a abrir sua mente para o diferente, a ampliar sua tolerância ao estranho. E à medida que você se acostuma e se sente mais familiarizado e confortável com tudo, você acrescenta esses novos dados ao seu HD mental e se torna uma pessoa melhor informada e mais preparada para a vida.
É claro que existem pessoas que viajam e buscam reproduzir no outro lugar tudo que têm em casa, talvez com medo de perder as suas referências. Outras nem se arriscam a viajar, não têm vontade, não se estimulam, preferem ficar a vida toda fazendo as mesmas coisas porque é muito mais cômodo. Talvez seja por preguiça de exercitar o cérebro. Mas isso já é outra história...
Helena Meyer
Dezembro 2009